« Je pense que les peuples ont pris conscience du fait qu’ils avaient des intérêts communs et qu’il y avait des intérêts planétaires qui sont liés à l’existence de la terre, des intérêts que l’on pourrait appeler cosmologiques, dans la mesure où ils concernent le monde dans son ensemble ».
Pierre Bourdieu (1992)


dimanche 19 novembre 2017

Traduction: deuxième édition de Homo academicus au Brésil



Pierre Bourdieu
Homo academicus
UFSC
2017


Présentation de l'éditeur
Traduit par Ione Ribeiro Valle et Nilton Valle.
‘Um livro para queimar’? é o capítulo número um de “homo academicus”, livro que chega agora como uma das últimas novidades da Editora da UFSC e mostra a ousadia acadêmica de seu autor, Pierre Bourdieu.
Parte da ideia inicial de que analisar cientificamente o mundo universitário significa eleger como objeto uma instituição que é socialmente reconhecida, que goza de toda legitimidade graças ao seu caráter nacional, que é vista como “mágica” e que se pretende objetiva e universal. Na obra, Bourdieu revela conflitos, contradições, crises, desilusões, interesses, relações de força, hierarquia de prestígios, ruptura de equilíbrios.
Ao compreender o mundo universitário francês como um campo no qual se confrontam múltiplos poderes que correspondem às trajetórias sociais e escolares e também às produções culturais dos seus agentes, ele demonstra que a produção científica está longe de ser o resultado de uma forma de meritocracia que consagra os talentos individuais.
A originalidade de sua tese, observa a professora Ione Ribeiro Valle, professora da UFSC e coordenadora do Laboratório de Pesquisas Sociológicas Pierre Bourdieu (LAPSB/CNPq), está em mostrar que as tomadas de posição dos intelectuais ou as políticas educacionais, tanto nos períodos de equilíbrio quanto em tempos de crise, são determinadas pelos mecanismos de reprodução de privilégios herdados. ”Bourdieu produz uma sociologia crítica que procura compreender as relações entre cultura, ciência, escola, mídia e reprodução social”.
Pierre Félix Bourdieu(1930-2002) vem da École Normale Supérieur de Paris e dedica sua vida acadêmica desenvolvendo um trabalho científico de fôlego, regular, cotidiano, sistemático, persistente, sólido, polêmico. É dono de um estilo hermético, linguagem austera, marcas do filósofo, presentes em obras como A ontologia política de Martin Heidegger, de 1988, e Meditações pascalianas, de 1997).
Para compreender homo academicus, avisa Ione Valle, é preciso lê-lo como marco de uma ruptura radical com os pressupostos tácitos do universo acadêmico no qual as dissensões aparentes mascaram o consenso profundo. É preciso lê-lo imaginando que a escola e a universidade são capazes de distribuir de maneira ampla e plena as aquisições científicas e culturais acumuladas e que o impossível possível, ao mesmo tempo rejeitado e reivindicado, pode prometer – e promover – um futuro para “crianças e povos sem futuro”.



(merci à Ione Valle‎ pour l'info)





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