Pierre Bourdieu
Homo academicus
UFSC
2017
Présentation de l'éditeur
Traduit par Ione Ribeiro Valle et Nilton Valle.
‘Um livro para queimar’? é o capítulo número um de “homo academicus”,
livro que chega agora como uma das últimas novidades da Editora da UFSC
e mostra a ousadia acadêmica de seu autor, Pierre Bourdieu.
Parte da ideia inicial de que analisar cientificamente o mundo
universitário significa eleger como objeto uma instituição que é
socialmente reconhecida, que goza de toda legitimidade graças ao seu
caráter nacional, que é vista como “mágica” e que se pretende objetiva e
universal. Na obra, Bourdieu revela conflitos, contradições, crises,
desilusões, interesses, relações de força, hierarquia de prestígios,
ruptura de equilíbrios.
Ao compreender o mundo universitário francês como um campo no qual se
confrontam múltiplos poderes que correspondem às trajetórias sociais e
escolares e também às produções culturais dos seus agentes, ele
demonstra que a produção científica está longe de ser o resultado de uma
forma de meritocracia que consagra os talentos individuais.
A originalidade de sua tese, observa a professora Ione Ribeiro Valle,
professora da UFSC e coordenadora do Laboratório de Pesquisas
Sociológicas Pierre Bourdieu (LAPSB/CNPq), está em mostrar que as
tomadas de posição dos intelectuais ou as políticas educacionais, tanto
nos períodos de equilíbrio quanto em tempos de crise, são determinadas
pelos mecanismos de reprodução de privilégios herdados. ”Bourdieu produz
uma sociologia crítica que procura compreender as relações entre
cultura, ciência, escola, mídia e reprodução social”.
Pierre Félix Bourdieu(1930-2002) vem da École Normale Supérieur de
Paris e dedica sua vida acadêmica desenvolvendo um trabalho científico
de fôlego, regular, cotidiano, sistemático, persistente, sólido,
polêmico. É dono de um estilo hermético, linguagem austera, marcas do
filósofo, presentes em obras como A ontologia política de Martin Heidegger, de 1988, e Meditações pascalianas, de 1997).
Para compreender homo academicus, avisa Ione Valle, é
preciso lê-lo como marco de uma ruptura radical com os pressupostos
tácitos do universo acadêmico no qual as dissensões aparentes mascaram o
consenso profundo. É preciso lê-lo imaginando que a escola e a
universidade são capazes de distribuir de maneira ampla e plena as
aquisições científicas e culturais acumuladas e que o impossível
possível, ao mesmo tempo rejeitado e reivindicado, pode prometer – e
promover – um futuro para “crianças e povos sem futuro”.
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